A pergunta nada tem a ver com uma vida desregrada, falo de quedas, daquele momento, daqueles segundos em que você perde o equilíbrio e sente seu corpo ir a um ponto inesperado, seguido de dores, umas maiores, outras menores.
Pois tive muitas quedas na vida, sentindo até raiva por não ter tomado cuidados. Uma delas foi quando tentei retirar umas luzes decorativas de Natal penduradas na sala da casa, atendendo pedido de minha mulher Cristina. Tínhamos tomado algumas taças de vinho, um bom hábito que mantemos há tempos, e antes de irmos dormir resolvi tirar a fieira de luzes. Peguei uma cadeira e subi nela. Problema que devo ter forçado o corpo e a dita cadeira deslizou no piso, fazendo-me cair de costas e batendo a cabeça. Foi uma dor e uma raiva por não ter tomado mais cuidado. Fiquei dias com uma sensação de desequilíbrio, melhorando depois de muitas semanas de massagens e exames.
A outra vez. que já devo ter descrito, foi quando voltava a Curitiba desde Lages, numa madrugada de sexta-feira, numa curva da BR 116 perto de Santa Cecília, no km 158. Um chevette desconjuntado se atravessou na minha frente, tentando entrar numa estradinha e minha D20 branca bateu numa de suas laterais, jogada no acostamento e tombada após atingir um toco de árvore. A sensação é indescritível, com aquele monte de ferro girar e eu vendo as coisas do interior espalhadas ao meu redor. A caminhonete parou e eu vi umas chamas na lateral direita. Assustado, saí rapidamente e tentei apagar o fogo com… as mãos! Queimei os dedos mas consegui estagnar a propagação. Não houve dores, as não ser as materiais. O carro ficou imprestável…
E, mais recentemente, eis que chego de viagem e encosto meu carro, um Hilux, rente a uma floreira que criei com uso de nós-de-pinho pequenos de um lado e grandes de outro. Eles são pontiagudos. Abri a porta do passageiro e peguei uma cartela de mudas de mini-azaleias. Ao girar o corpo, tropecei em um nó pequeno e senti uma puxada para trás e deixei cair. Problema é que caí de costas com a lateral direita se escorando num nó grande. Levantei, super brabo e chateado com dores. Coloquei remédio e a dor continuava. Continuei me automedicando até que fui ao médico para fazer raio X e ver a profundidade do ´estrago´. Uma médica atenciosa me atendeu e, depois de verificar se não tinha atingido o pulmão, diagnosticou que estava tudo bem, era apenas uma contusão. Para meu alívio. Mesmo tomando remédios, ainda hoje, duas semanas e meia depois, ainda saio da cama pelo lado direito de gatinho, rolando. As dores, ufa, estão passando.
Não quero mais cair na vida que ainda me resta,