Arte Sutil ou Não de ´Vender o Peixe´

No caminhar profissional, tive momentos de lidar na arte de vender o peixe, a publicidade. Descobrir as palavras adequadas, o público alvo, o tipo de produto e os custos ou formas de difusão das mensagens. Ah, sim, escolher o ou os veículos a serem usados para atingir os ´consumidores´…

Lembro o tempão que levei para atender um cliente que oferecia a novidade daqueles momentos no início da década de 1970, os cemitérios estilo parque. O cliente estabeleceu seus custos, queria colocar na TV e eu tinha que criar algo apenas para 15 segundos. Pensando aqui e acolá, passaram-se os dias e nada de surgir algo. Mas, um dia, aparece uma ideia. Morrer e ser enterrado me pareceu que, finalmente, a pessoa encontrou a paz. E usei essa palavra. Pedi ao cinegrafista que fossemos ao cemitério e filmasse uma flor bem perto para em seguida abrir um panorama da área totalmente florida. E o texto, acho que na voz de meu amigo Tônio Luna, da TV Paranaense, foi assim: A gente nasce e cresce, a gente vive e luta, mas no fim a paz fica com a gente! Cemitério Parque Iguaçu. Na tela, o telefone para quem quisesse ficar em paz, no meio das flores. Não sei quanto tempo veiculou, mas acho que a firma vendeu bem.

Tenho a ousadia de avocar à minha criatividade a forma em que até hoje a Copel comunica nos jornais e rádios as interrupções no fornecimento de energia elétrica. Quase nada foi modificado desde aquela época em que fui relações públicas da regional em Cascavel. Claro, comunicar falta de luz é incômodo, pois tira de muita gente o conforto fundamental do seu uso.

Nos últimos tempos, acompanho algumas peças publicitárias em que a sutileza e criatividade aparecem, principalmente na TV, provocando na gente admiração e um misto de surpresa, ou até leve constrangimento. Registro e nomino algumas, com a da Boston, em que aparecem pessoas com semblantes felizes, de meia ou avançada idades, chamando o povo em geral para consultas em que se resolveria a falta de ereção masculina. Ou seja, como resolver o problema de tesão. Ou a peça criativa da empresa Neve em se usar seu produto, papel higiênico, mostrando bela modelo em que propõe se sentir nas nuvens…

Sim, admiro pessoas criativas que botam sensibilidade no que fazem, vendendo seu peixe, mesmo nestas e e em outras comunicações que mexem com o nosso conhecimento das coisas. São perceptivas com os momentos do nosso dia-a-dia.

  1. M Tereza disse:

    Legal.
    Concordo.
    Falta de criatividade não tem perdão.

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