Criar ou não um clube de Rotary?

A pergunta pode soar como um pedido de socorro, mas não é. Simplesmente, estou às voltas com uma ideia que me retoma aos bons tempos de desafios numa grande organização como Rotary International com seus trinta e poucos mil clubes, quatrocentos distritos motivadores e administradores e mais de um milhão e duzentos mil associados, homens e mulheres líderes em suas profissões e negócios, e do bem.

Primeiro quadro à minha frente: uma cidade com mais de 130 mil habitantes, ou seja, milhares de pessoas do bem, com um clube apenas de menos de vinte associados, depois de trinta e seis anos de existência. É Araucária, terra em que nasci, me criei, fui crescer pessoal e profissionalmente em outras plagas e voltei há trinta anos. Saí de um clube tradicional e me filiei ao clube de Araucária porque vivo mais tempo num recanto que construímos, aqui em Roça Velha, antiga colônia Thomaz Coelho, à beira do Lago Passaúna, e seria mais fácil conviver com rotarianos e rotarianas em minha cidade natal.

Desde o início de minha filiação, tinha alertado que minha presença no clube tradicional era temporária, pois não via razões para não termos o segundo clube de serviços. Convivi e convivo com muitos líderes que já passaram pelos quadros do clube, todos saudosos das conquistas em prol da comunidade, mas, quando instados para formarem o novo clube, prometiam e na hora não compareciam. Continuei provocando mais líderes, sempre batendo na tecla, mas a ressonância ia sendo tênue, fraca, sem conseguir empolgá-los.

Há menos de dois anos, o clube aprovou a criação, finalmente, de um novo clube, na forma satélite, num dos interessantes novos planos do Rotary International para desenvolver o quadro associativo. Ou seja, quando no mínimo oito membros estiverem firmes na ideia, é possível oficializar a entidade, ficando vinculada apenas financeiramente ao padrinho, com programas e planos próprios, até que se chegue aos vinte associados, quando se tornará um clube normal na constelação internacional de Rotary.

Já foram feitas três reuniões com líderes de idade mesclada, alguns egressos de entidades rotárias e outros novinhos em folha, prontos para servir e dar de si antes de pensar em si. Estamos com onze membros, fazemos reuniões virtuais animadas e vamos nos conhecendo. Explicamos o que é Rotary e como, através dele, poderemos conjugar esforços para levar programas humanitários, educacionais e de meio ambiente a grupos interessados em melhorar o mundo, com maior compreensão e paz e dando constantes exemplos de cidadania.

Estou bastante convicto de que a criação e o funcionamento desse novo clube estão bem próximos. Tento me reciclar nas diversas formas de motivar as pessoas, ainda mais nos atuais tempos de distanciamento entre elas, pela crise provocada pela pandemia. Antes até era mais fácil trabalhar olho no olho, presencialmente, mas hoje constato muitas faces nas telas irradiando interesse, entusiasmo, indagações e algumas dúvidas, com a certeza de que todos firmarão compromissos para servir.

A pergunta do título do artigo é apenas para provocar interesse de leitura, pois a interrogação será em breve retirada, com a quebra do paradigma de que em Araucária não há mais espaço para criar mais um clube de serviços.

Ah, o novo clube terá o nome de Rotary Club de Araucária Passaúna (Satélite).

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