Coisas que não nos pertencem mais

Sim, chegando a mais um final de ano, instigam-me algumas retrospectivas. A primeira delas é de que o ano de 2020, eu já nos tempos do motor azeitado 7.6, felizmente está terminando. Longe de comemorarmos os feitos e os desfeitos, eis que ele nos mostrou a nossa irremovível vontade de viver, ou sobreviver.

Longe ficaram os tempos em que se recebia cartão de Natal e Ano Novo e, um a um, retribuíamos como uma forma agradável de amor de amigos, familiares e conhecidos em geral. Os Correios funcionavam. O telefone fixo também. Até a grande novidade do email está escasseando e é só usado para envio de documentos e arquivos.

Ficaram longe também os abraços, beijos nos rostos, afagos entre os que se gostam. A impessoalidade avancou de formaa avassaladora e assustadora. Com ela, o medo cada vez maior nos relacionamentos, nas visitas que se faziam entre entes queridos e amigos.

De bom mesmo em 2020 houve algo a registrar. Conheci melhor minha esposa Cristina depois de mais de cinquenta anos de união. Nossas diferenças foram se estreitando e diminuindo. Hoje, pouquíssimos momentos de contrariedade existem entre nós.

No campo de atividades profissionais e de negócios, alguns hiatos, um deles é que temos um local de locação de festas sem atividade alguma desde março. Viagens ao exterior, para matar as saudades e conviver fisicamente com filha Clarissa, netos Sophia, Paula e Oliver, mais o genro Samuel, e com o filho Cassiano, nora Déborah e gêmeos Max e Théo, necas! Há sempre um reconfortante consolo ao ter perto a filha Alessandra e neta Stella nos momentos vicenciados neste ano, com lamentável perda do genro Carlos.

Tive a honra de revisar um livro, de Sônia Crisóstomo, muito bom por sinal.

No campo comunitário e de serviços, foi um ano bastante pródigo: nossas reuniões presenciais foram transformadas em virtuais. Fizemos vários encontros com os governadores do ano rotário 1996-97, com os governadores do nosso Distrito 4730 e de outros colégios.. Meu clube, o RC Araucária, também. E a novidade maior foi a criação de um novo clube em Araucária, o RC Satélite Araucária Passaúna, já com treze empolgados e ativos associados. E pude ajudar, a convite do governador e amigo Jorge Franco, na realização maravilhosa de uma Conferência Internacional, a Conectando Fronteiras, em Foz do Iguaçu, presencial e virtualmente. Foi a primeira vez, em 25 anos, depois de ter sido governador em 1996-97, que pude trabalhar e motivar como coordenador distrital.

Também no campo intelectual, nuns momentos memoráveis, eis que fui honrado com a cadeira de acadêmico da Academia Brasileira Rotária de Letras, a ABROL PR, relutando em várias ocasiões por não me avaliar como um produtor de obras literárias. Só me convenci quando alguém me lembrou que minha vida, desde a juventude, se baseou nas letras…

Se as coisas antigas não nos pertencem mais, ficam as boas lembranças, de poder ter dado mais de mim sem pensar em mim.

Sim, daqui a pouco, quando iniciarmos um novo ano, teremos que renovar nossas esperanças, nossas percepções e nossa mente. E que o mundo seja reconstruído em várias frentes. Espero que todos vocês estejam comigo. Feliz Novo Futuro!

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