A Arte de Garimpar Talentos

Alguns cometem ousadias de me atribuir algumas virtudes que não chegam a ser verdadeiras, mas concordo que atúo como um garimpeiro em busca de ricos talentos profissionais e pessoais, quando se trata de elaborar um plano de criar novos clubes na organização a que pertenco, há exatos 41 anos, o Rotary International. Há exageros de me atribuir a condição de semeador de clubes, como falou dias atrás em Lages um grande companheiro, o Paulo Cesar de Oliveira, do Lages Coral. Claro, até apreciei a honraria da definição…

Garimpar talentos era o comportamento de um dos meus grandes padrinhos, o governador médico Mário Pilotto. Como psiquiatra, tinha contas de centenas de rosários de nomes de profissionais e pessoas de negócios em seu relacionamento, parecia até fácil a ele convidar líderes para formarem novas células do servir. O clube a que pertencia, o Rotary Club de Curitiba, propunha à governadoria a criação de um novo clube naquela gestão e ele de pronto iniciava sua garimpagem. Programa visitar determinada cidade ou local e ia ao prefeito e à Câmara de Vereadores, não sem antes se reunir com os empresários filiados à CDL ou Associação Comercial. E definia ali os primeiros passos.

O fator principal que o convocar tinha era sua própria imagem de médico renomado, fala mansa e convencedor nos propósitos. Poucos recusavam integrar a organização, posto que essa nova célula reuniria líderes sem qualquer outro interesse a não ser servir à comunidade. Sem tendências religiosas, políticas, econômicas ou de cor, o novo clube representaria o que havia de melhor naquele local ou naquela cidade.

Lembro dos clubes que ajudei a fundar. O primeiro foi o Cascavel Harmonia, com o padrinho tomando essa iniciativa depois de mais de vinte anos de existência. Já em Curitiba, ajudei Mário Pilotto a criar o Cidade Sorriso. Depois, junto com Estácio Bernardino Seixas e Dinarte Giraldi, refundamos o Campo Largo. Na governadoria, nos primeiros momentos de gestão, eis que Fernando Caldas e o Paranaguá Rocio nos premiaram com o Paranaguá Taguaré, primeiro clube misto na cidade. E surgiu o Bituruna, numa gentileza dos companheiros governadores Ary Carneiro e Ary Carneiro Júnior. Também no final da gestão em 1997 criamos o Pontal do Paraná, pelas mãos do companheiro guaratubano Edgar e do governador Caldas. E, fruto de um trabalho do companheiro Enezito Ruppel, surgiu pujante o RC Irati 19 de Dezembro.

Na sequência, participei da fundação do Pien, fui representante para criação do Curitiba Novos Tempos (cuja média era de 26 anos), executamos um plano de fundar dois maravilhos clubes em Lages, o Alvorada e o Catedral, sempre usando as técnicas de ´venda´do produto servir e de dar de si antes de pensar em si. Buscamos os líderes melhores e estes se multiplicaram e se multiplicam. Mais recentemente, na gestão de Jorge Agudelo Franco como presidente, o Curitiba criou o Quatro Barras Graciosa, em parcecia com o RC Piraquara.

Agora, em 21 de outubro de 2020, num compromisso firmado no meu atual clube, onde entrei no dia 18 de abril de 2018, demos início a mais uma grande conquista comunitária, pessoal e profissional, a criação do RC Satélite Araucária Passaúna, o segundo clube numa cidade cheia de talentos. Papéis firmados e enviados, iniciaremos atividades oficiais neste mês de janeiro.

Sim, se estamos numa organização com quase 116 anos, fomos honrados por padrinhos que viram virtudes em nós em suas garimpagens, não vejo motivos de não devolvermos a sua escolha e buscar profissionais e pessoas de negócios para o clube de cada um. Não se pode liderar apenas ficando no plenário, na platéia. Ajamos na garimpagem de talentos.

Convido-os a trabalharmos juntos, sempre, na busca do rico talento que nos cerca e que espera nosso convite.

  1. admin disse:

    Garimpando, sempre à frente!

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