Um Peixe Fora d´Água

Retornando, quero dizer que meu espírito conciliador e de visão me provoca alguma preocupação nos dias de hoje: as pessoas mais próximas parecem que gostam de se mostrar impessoais, com pouco interesse em relacionamentos positivos e de agregação. Tente fazer um reencontro mesmo com os que diariamente fazem parte dos seus grupos virtuais! Ninguém, ou poucos, têm tempo e disposição de se encontrar.

Seria isso o mal dos tempos, alguns chegam a dizer. Ficam dedilhando no celular, postando mensagens e vídeos normalmente inúteis, como que enviando pedidos de socorro para interagirem com o ´mundo lá fora´. Marcar uma festa e convidar as pessoas que você consideraria como parentes e amigos é uma desgraça e uma frustração. Mesmo que não haja custos para elas!

Sei, sim, que tudo gira em interesse, alguma coisa que dê vantagens. Quando você não deixa muito claro o motivo do convite, então é pior. Há pessoas que recebem convites, confirmam de imediato e, às vésperas, caem fora, alegando outros compromissos. Ou seja, não mereceriam um segundo convite.

Sou dos tempos em que um convite para tomar um cafezinho na casa de pessoas, ou na sua, era um compromisso inadiável, pois os anfitriões se prepararam e estão entusiasmados com a sua presença. Ninguém convida quem não aprecia, seguramente.

Estou acostumado a ter paciência, coisa vertida e curtida na minha vetusta idade, em reuniões mal organizadas e sem pauta interessante. Se eu e mais pessoas fomos ao encontro, ideal que o conteúdo deveria ser interessante. Se for num clube ou num grupo que têm reuniões constantes, nada mais certo que seus organizadores se preocupassem em fazer naquela hora tudo que fosse para aquele momento, mas deixando alguma expectativa para os próximos encontros. Criar, sim, um interesse de continuidade.
Creio, firmemente, que o mundo em que vivemos possui tamanhos, conforme seus viventes e conforme sua visão pessoal. Essa visão pode ser grande, pequena ou até nenhuma, mas que elas seja voltada ao comum.

Não me considero melhor e nem pior, mas às vezes me sinto um peixe fora d´água… Almejaria, sim, um mundo mais respeitoso no convívio, nos tempos que ainda vivo e viverei.

  1. Inês disse:

    Perfeito!
    Assim como você escreveu, expôs o modo como também penso. A falta, muitas vezes de empatia e consideração com pessoas que fazem o melhor para receber alguém.

Responda